Projeto Executivo: O seu guia para a obra!

O projeto executivo vai muito além de documentações, cadernos ou pranchas com desenhos técnicos e detalhamentos construtivos.  Basicamente, ele é um Guia para a Obra!

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Projeto Executivo

Por definição, um projeto arquitetônico é um conjunto de informações, desenhos técnicos e representações gráficas que possibilitam a compreensão e a visualização detalhada de estruturas físicas, como residências e edifícios.

No entanto, na prática, vai muito além disso! 

Um projeto de arquitetura engloba diversas fases, indo desde o estudo de viabilidade, concepção e aprovação, até a execução e manutenção do edifício. Cada uma dessas etapas demanda de uma série de informações e documentações específicas, e compreender isso é essencial para evitar alguns erros comuns e assegurar que o empreendimento esteja em conformidade com as leis regulamentadoras antes de iniciar a obra.

Para aprofundar a compreensão, vamos ampliar o escopo e conhecer cada uma dessas fases.

I. Estudo de Viabilidade técnica e legal (EVTL)

Nesta fase, que geralmente antecede a aquisição do terreno, o foco está na simulação de possíveis cenários de uso e ocupação do solo. Essa análise leva em consideração as premissas do incorporador e as diretrizes dos órgãos reguladores. Em resumo, tem como objetivo garantir a segurança e reduzir os riscos associados à incorporação. A entrega é realizada de forma analítica, ou seja, expressa por meio de números, dados, gráficos e diagramas. Além disso, pode ser acompanhada por estudos volumétricos, de modo a facilitar a visualização da proposta. 

II. Projeto Arquitetônico Básico e Legal (PB) (PL)

Esta é a etapa de concepção do projeto e consiste em um processo evolutivo que engloba as fases de Estudo Preliminar (EP), Anteprojeto (AP) e Projeto Legal (PL).  O foco principal aqui, além de definir o produto imobiliário,  é obter alvarás e licenças junto aos órgãos competentes. O produto final, além de incluir todos os documentos necessários para atender aos requisitos legais e normativos, consiste em um conjunto de desenhos técnicos e representações gráficas que apresentam uma solução completa do edifício. 

III. Projeto Executivo de Arquitetura (PE)

Após a aprovação do projeto e conclusão dos trâmites legais, já é possível dar início ao desenvolvimento do projeto executivo. Essa é a etapa mais detalhada e técnica de todo o processo. Ela é desenvolvida com base no projeto básico e legal, e apresenta informações mais precisas sobre o empreendimento, como especificações técnicas, detalhes construtivos, cronogramas e orçamentos. O projeto executivo desempenha um papel fundamental na construção de um edifício, pois além de garantir uma compatibilização assertiva entre todas as disciplinas, serve como um guia para os profissionais encarregados pela execução da obra. 

Em resumo, o estudo de viabilidade indica o caminho, o projeto básico define o conceito do produto imobiliário, o projeto legal garante que esteja em conformidade com as regulamentações locais e o projeto executivo fornece detalhes técnicos para a construção.

Todavia, se considerarmos o impacto do nosso trabalho como arquitetos, a etapa mais importante de um projeto é a etapa de projeto executivo, pois ela representa o produto final de todo o nosso processo criativo.

A elaboração desse tipo de projeto deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e requer conhecimento técnico, planejamento adequado e atenção aos detalhes. Por isso, todas as informações precisam ser bem apresentadas graficamente – e com o máximo de clareza possível.

Segundo a NBR 13.531/95, o projeto executivo:

“[…] é composto por um conjunto de informações técnicas claras e objetivas sobre todos os elementos, sistemas e componentes de um empreendimento, devendo incorporar todos os detalhes necessários para a sua construção independente do sistema construtivo.”

De forma resumida, é o conjunto de desenhos que será enviado para o canteiro de obras. Ele também será compartilhado com os profissionais de outras disciplinas que farão a compatibilização de seus projetos, como o hidrossanitário e o elétrico. Por fim, será encaminhado aos órgãos responsáveis pela aprovação, como a prefeitura e o corpo de bombeiros.

Contudo, saber como fazê-lo exige mais do que conhecimento técnico em desenho. Antes de tudo, é fundamental entender os requisitos do cliente . Além disso, é necessário conhecer os diferentes materiais, os processos construtivos e as exigências legais de cada município.

O projeto executivo vai muito além de documentações, cadernos ou pranchas com desenhos técnicos e detalhamentos construtivos. 

Basicamente, ele é um Guia para a Obra!

Guia detalhado para todas as fases

Ao ser cuidadosamente elaborado, o projeto executivo serve como um guia detalhado que orienta a execução de todas as fases do empreendimento, desde o início até a conclusão e manutenção. Ele desempenha um papel crucial na minimização de riscos, na otimização dos recursos disponíveis e na garantia da qualidade do produto final.

Base sólida para uma gestão eficiente

Ao detalhar especificações técnicas, cronogramas precisos, orçamentos realistas e outros elementos essenciais, o projeto executivo garante uma base sólida para a gestão eficiente do projeto. Além disso, facilita a comunicação e o trabalho colaborativo entre todas as partes envolvidas, desde os projetistas até os investidores.

Antecipação de obstáculos e flexibilidade na execução

A abordagem precisa, permite a antecipação de obstáculos e oferece a flexibilidade necessária para ajustes durante a execução da obra. Isso é fundamental para lidar com imprevistos e garantir que o projeto se mantenha alinhado os requisitos iniciais.

DNA construtivo e detalhamento preciso

Cada construtor tem o seu DNA construtivo, que inclui tipos de vedações, padrões de alvenaria,  contrapiso, impermeabilização, etc. Todos esses itens são alinhados em conjunto de modo a auxiliar que o projetista forneça detalhamentos precisos. 

Integração entre as disciplinas

Quando falamos em arquitetura, nos referimos a um conjunto de subdisciplinas ou sistemas que dialogam entre si e não devem ser projetados isoladamente. Exemplos de subdisciplinas são as alvenarias, esquadrias, pisos, forros, pintura, entre outras. Ao separar essas disciplinas, conseguimos fornecer um conjunto de documentos para cada tipo de fornecedor e para cada fase da obra. Isso resulta em uma compreensão mais clara das responsabilidades de cada equipe.

Trabalho colaborativo

Atualmente, não há mais espaço para o profissional que não trabalha de forma colaborativa. É fundamental que todas as equipes estejam alinhadas e comprometidas com o sucesso do projeto. As mudanças são uma constante, especialmente quando evoluímos ao nível detalhamentos micro. Portanto, não é possível creditar apenas ao arquiteto, ou o engenheiro os méritos e conquistas do projeto. Se não houver colaboração, todos saem perdendo.

Documentação de apoio ao setor de compras e orçamentação

Uma vez que o edifício esteja modelado virtualmente, se torna possível extrair vários tipos de informações. Tabelas, quantitativos e especificações são informações valiosas quem está envolvido com o setor de compras. É possível também realizar a integração com os softwares de planejamento e orçamentação disponíveis no mercado. O importante nestes casos, é definir antes do início do projeto, quais serão as informações relevantes, para que possam ser criadas as bases para extração dos dados.

No entanto, é importante ressaltar que o processo não termina com a conclusão do projeto executivo. Há etapas adicionais que são vitais para o sucesso contínuo do empreendimento, como a obtenção de licenças e aprovações finais, a seleção adequada de contratantes e a gestão eficiente da construção.

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