Nos últimos anos, a indústria da construção tem passado por transformações significativas impulsionadas por avanços tecnológicos, demandas ambientais e mudanças nas práticas adotadas. Desde a gestão de projetos até a seleção de materiais sustentáveis, aos poucos o setor tem demonstrado maior receptividade à inovação, adaptando-se às novas tecnologias.
Apesar do baixo crescimento de 1,5% em 2023, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as expectativas para 2024 são mais promissoras. De acordo com Sinduscon-SP, as previsões indicam um aumento de 2,9% para este ano.
Entre as razões para essa melhoria está o aumento das contratações, a expectativa para os novos lançamentos e a projeção de crescimento da economia brasileira. Além disso, as adequações previstas para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) também contribuem para esse cenário otimista.
Essas perspectivas positivas, aliadas à crescente demanda por eficiência e sustentabilidade, consequentemente estão impulsionando a adoção de abordagens mais inteligentes e ecologicamente responsáveis.
Por isso, compreender e antecipar as tendências emergentes é fundamental!
A seguir exploraremos as quatro principais tendências do setor para este ano.
1. Sustentabilidade
Com a crescente preocupação com o meio ambiente, a sustentabilidade se tornou prioridade no setor da construção. Dessa forma, empresas e profissionais estão cada vez mais adotando práticas sustentáveis em todas as etapas do processo, desde a seleção de materiais até o descarte adequado de resíduos. Tecnologias como sistemas de energia renovável, materiais reciclados e métodos de construção de baixo impacto ambiental também estão ganhando destaque.
A adoção dessas práticas além de beneficiar o meio ambiente, também acarretam em benefícios econômicos e sociais. Por exemplo, edifícios sustentáveis tendem a ter custos operacionais mais baixos devido à eficiência energética, além de atrair um maior interesse por parte dos usuários. Além disso, projetos que priorizam a sustentabilidade contribuem com a melhoria da qualidade de vida da comunidade, criando espaços mais agradáveis para se viver e trabalhar.
2. Construção Modular e Off-site
A construção off-site está revolucionando a forma como projetamos e construímos os edifícios. Além de resultar em projetos mais rápidos, eficientes e com menos desperdício, esse tipo de construção – em que os elementos construtivos são fabricados fora do canteiro de obras – tem o potencial de reduzir os custos associados à mão de obra e aos materiais, tornando os projetos mais acessíveis e economicamente viáveis. Diante do cenário de escassez de mão de obra, essas técnica se destaca como uma solução eficiente, garantindo que a execução ocorra sem depender exclusivamente da disponibilidade de trabalhadores locais.
Com a capacidade de pré-fabricar uma vasta gama de componentes, desde paredes e pisos até sistemas elétricos e hidráulicos, a construção modular permite uma integração mais eficiente de tecnologias avançadas, resultando em edifícios mais inteligentes e ecologicamente sustentáveis, além de oferecer maior flexibilidade e personalização aos usuários. Portanto, a utilização dessas abordagens não apenas beneficia o construtor e o cliente, mas também gera um impacto ambiental positivo, reduzindo o consumo de recursos naturais e as emissões de carbono associadas à construção tradicional.
3. BIM (Building Information Modeling)
O Building Information Modeling é uma tecnologia que permite a criação de modelos digitais de edifícios e infraestruturas, integrando informações sobre design, construção e operações. Com o BIM, os profissionais de diferentes disciplinas podem visualizar e simular projetos em um ambiente virtual, identificando potenciais obstáculos e antecipando soluções antes mesmo do início da obra. Essa abordagem, além de melhorar a comunicação entre os projetistas, auxilia na redução de retrabalho durante todo o ciclo de desenvolvimento do projeto.
Além disso, o BIM facilita a gestão eficiente dos projetos, permitindo o acompanhamento em tempo real do progresso da construção. Com isso é possível otimizar o gerenciamento de custos e cronogramas e a coordenação das diferentes disciplinas envolvidas. Essa tecnologia também possibilita a análise de desempenho energético e sustentabilidade dos edifícios, auxiliando na redução do consumo de energia e a minimização do impacto ambiental. Com sua crescente adoção na indústria da construção, o BIM está se tornando uma ferramenta indispensável para a entrega de projetos de alta qualidade.
→ Saiba mais em: Descubra como o BIM pode agregar valor aos seus projetos.
4. Processos colaborativos
A colaboração é fundamental para o sucesso de qualquer projeto, e cada vez mais surgem novas ferramentas e plataformas que facilitam o processo colaborativo entre todas as partes envolvidas, desde arquitetos e engenheiros até empreiteiros e usuários finais. Essas ferramentas promovem uma maior transparência, eficiência e qualidade na execução dos produtos e serviços, além de resultar em projetos mais eficientes e concluídos dentro do prazo e orçamento estabelecidos.
Além das ferramentas colaborativas, a adoção de metodologias ágeis na gestão de projetos de construção também está se tornando muito comum. Desenvolvidas originalmente no setor de tecnologia, essas abordagens enfatizam a flexibilidade, adaptação e entrega incremental, permitindo uma resposta mais ágil às mudanças de escopo e condições do projeto. Isso é especialmente benéfico em um contexto dinâmico como o da construção, onde as diretrizes e os requisitos mudam constatemente.
→ Leia também: A parceria estratégica entre arquitetos e incorporadores.
Em resumo, essas tendências não apenas refletem as demandas do mercado atual, mas marcam uma mudança de paradigma na forma como o setor opera, apresentando oportunidades significativas para profissionais e empresas do setor.
Em uma indústria dinâmica e multidisciplinar como a construção civil, a adaptação é fundamental!